quarta-feira, 26 de novembro de 2008

VIDA FILATÉLICA

PRIMEIRA EXPOSIÇÃO
FILATÉLICA DA ARMADA


Desde os tempos mais remotos, sempre alguém se preocupou em coleccionar algo. Mais modernamente, sobretudo nos últimos tempos, a mania do coleccionismo atingiu proporções invulgares.
Talvez pela sua beleza e fácil acesso, sob o ponto de vista económico, os selos detêm a primazia sobre todos os objectos coleccionáveis.
Dá-se o nome de Filatelia à “ciência” que estuda os selos postais, assim como o coleccionador se designa filatelista.
Mesmo não sendo o nosso país um dos mais evoluídos filatelicamente, já não passa despercebido um grande incremento neste campo, mercê da divulgação que lhe vem sendo dedicada, que através de Clubes especializados ou com secções especiais, quer através da imprensa diária e não diária, que está sistematicamente a incluir rubricas orientadas por especialistas.
Mesmo a rádio e a própria televisão, têm dado o seu contributo à divulgação do prazer que constitui a dedicação á filatelia.
A máxima ambição e prazer, do filatelista estará na organização e estudo de colecções, dignas de figurar em exposições e certames, que felizmente se realizam com certa assiduidade e em muitos pontos do país.
Vem este preâmbulo a propósito de uma exposição filatélica realizada no Palácio Foz, em Lisboa. Inaugurada no dia 25 de Julho passado, por Sua Excelência o Chefe do Estado, acompanhado do Secretário de Estado da Informação e Turismo, que se prolongou até 31 do mesmo mês.
O certame designou-se de 1ª. Exposição Filatélica da Armada 1973 e o facto da presença do mais alto magistrado da Nação ilustra bem a importância que vem sendo atribuída à filatelia.
Na ampla sala da exposição estiveram expostos 109 quadros, representando diversas temáticas, apresentadas vinte e quatro filatelistas da Armada.
Como o nome do certame quase define, a 1ª. Exposição Filatélica da Armada foi uma manifestação cultural, aberta apenas a expositores, que de alguma forma, exercem actividades ligadas à Armada e inseriu-se no âmbito da Comemorações do Dia da Marinha.
Embora sendo uma exposição de âmbito restrito, foi muito elogiada por especialistas que a visitaram e encerra a grande lição, de que em todos os sectores da Vida Nacional há lugar à possibilidade de cuidar da cultura do espírito.
De notar a participação do Contra-Almirante Henrique dos Santos Tenreiro com 18 quadros representando clássicos e temáticos.
Os homens da Armada, que tiveram a feliz iniciativa de, no âmbito seu Dia da Marinha, inserir uma tal manifestação cultural, estão de parabéns.
De parabéns estão também todos os concorrentes, que se esmeraram na organização das suas colecções e estudos para contribuírem, para um maior prestígio e divulgação da filatelia.
Miguel Foz (pseudónimo de Daniel Costa) - na FRANQUIA de Janeiro número 1, de Janeiro de 1974. A mesma crónica foi feita em 1973, para Jornal do Oeste de Rio Maior, que a publicara de seguida. Pode ser considerada histórica. Foi a minha primeira incursão na filatelia escrita e era ensaio para a revista, entretanto registada no SNI.
Histórica porque, pode ser reparado que está em linguagem própria, para os esbirros da Censura da PIDE nada terem a apontar.
Era assim!...

1 comentário:

São disse...

Quando era muito jovem também me dediquei aos selos.

Fique bem.